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Em Paris, Lula volta a prometer desmatamento zero na Amazônia

Danilo Rocha Lima, da Headline | Paris, França

Declaração foi dada durante show "Power Our Planet", organizado em favor das causas climáticas e contra a pobreza no mundo

22 de jun. de 235 min de leitura
22 de jun. de 235 min de leitura

"Vamos ser muito duros contra toda e qualquer pessoa que quiser derrubar uma árvore para plantar soja, milho ou criar gado", anunciou o presidente Luís Inácio Lula da Silva, durante um discurso de pouco menos de cinco minutos, diante de uma multidão que lotava o Champs de Champ de Mars, aos pés da Torre Eiffel, na capital francesa.

Lula também salientou a soberania do Brasil sobre a Amazônia, mas lembrou que a sua preservação deve ser feita por todos os países. "A Amazônia é um território soberano do Brasil. Mas, ao mesmo tempo, ela pertence a toda a humanidade. E por isso, faremos todo e qualquer esforço para manter a floresta em pé", disse o presidente.

O presidente cobrou também que os países ricos assumam a responsabilidade pela urgência climática, bem como pelas catástrofes naturais causadas pelos distúrbios no clima. "Não foi o povo africano que poluiu o mundo. Não foi o latino-americano que poluiu o mundo. Na verdade, quem poluiu o planeta nesses últimos 200 anos foram aqueles que fizeram a Revolução Industrial e, por isso, têm que pagar a dívida histórica que têm com o planeta Terra", afirmou.

Lula também convidou a plateia para participar da COP-30 (Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que será realizada em Belém, no Pará, no mês de novembro de 2025.

Protagonismo do Brasil

O show "Power Our Planet", que com a presença de artistas como Lenny Kravitz, Billie Eilish e H.E.R, é um dos eventos que marcaram a "Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global", em Paris. O presidente brasileiro é considerado um dos principais membros do encontro, que conta com mais de 100 chefes de Estado e governo, além de líderes de instituições internacionais.

A encontro em Paris debate a reforma de organismos internacionais que financiam projetos para combater a urgência climática nos países em desenvolvimento. O Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e outros bancos regionais são convidados a aumentar sua capacidade de empréstimo para financiar essas iniciativas. Lula aposta na aceleração de uma nova estrutura financeira mundial para combater o aquecimento global. O evento começou nesta quinta-feira, 22, e vai até amanhã.

Ainda nesta sexta-feira, Lula deve participar de um almoço oferecido a ele pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

O presidente francês Emmanuel Macron (E) e sua esposa Brigitte Macron (R) cumprimentam o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (2º E) e sua esposa Rosangela Lula da Silva (2º D) na chegada para um jantar oficial no Palácio do Eliseu, à margem da Nova Cúpula do Pacto Financeiro Global, em Paris, em 22 de junho de 2023. Dezenas de líderes globais se reunirão em Paris em 22 de junho para uma cúpula para provocar um novo consenso sobre reformas econômicas internacionais para ajudar o desenvolvimento sobrecarregado pela dívida os países enfrentam uma crescente onda de desafios, particularmente a mudança climática. Foto: Danilo Rocha Lima/HDLN
O presidente francês Emmanuel Macron (E) e sua esposa Brigitte Macron (R) cumprimentam o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (2º E) e sua esposa Rosangela Lula da Silva (2º D) na chegada para um jantar oficial no Palácio do Eliseu, à margem da Nova Cúpula do Pacto Financeiro Global, em Paris, em 22 de junho de 2023. Dezenas de líderes globais se reunirão em Paris em 22 de junho para uma cúpula para provocar um novo consenso sobre reformas econômicas internacionais para ajudar o desenvolvimento sobrecarregado pela dívida os países enfrentam uma crescente onda de desafios, particularmente a mudança climática. Foto: Danilo Rocha Lima/HDLN

Guerra na Ucrânia e outros desafios internacionais

Durante o encontro em Paris, o presidente brasileiro também organizou encontros bilaterais com seus homólogos de Cuba, África do Sul, Haiti e da COP-28, que será organizada nos Emirados Árabes Unidos, em novembro deste ano.

Segundo a comitiva brasileira que acompanha o presidente, as reuniões serviram para chamar a atenção do mundo para outras urgências internacionais. O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, esteve recentemente em uma viagem a Ucrânia e Rússia, com outros dirigentes africanos. O objetivo era buscar um plano de paz para o conflito entre os dois países. O governo brasileiro segue com a postura de ser mediador e vê os países africanos como indispensáveis para essa negociação. Mas, assim como em viagens internacionais anteriores que fez para tratar da guerra na Ucrânia, Lula ouviu dos africanos que ucranianos e russos ainda têm posições cristalizadas sobre o conflito e não deixam transparecer vontade de se sentar à mesa de negociações.

Ao mesmo tempo, o governo Lula busca apontar outras urgências no continente americano, como a crise social que abala o Haiti. Em encontro com o líder haitiano, Ariel Henry, o brasileiro ouviu pedidos de ajuda ao país caribenho, principalmente em questões relacionadas à segurança, via Conselho de Segurança da ONU ou de forma bilateral.

Lula termina sua viagem pela França nesta sexta, 23, com uma visita ao líder do partido de esquerda "A França Insubmissa", Jean-Luc Mélénchon. O presidente também terá um encontro com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo. À noite, ele será homenageado em jantar oferecido pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman Al Saud.

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