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Telegram apaga mensagem sobre PL das Fake News após ordem de Moraes

Da redação Headline | São Paulo

Ministro do STF ameaçou tirar aplicativo do ar por 72 horas. Minutos depois da ordem, empresa apagou mensagem enviada na terça

10 de mai. de 233 min de leitura
10 de mai. de 233 min de leitura

O Telegram apagou nesta quarta-feira, 10, a mensagem enviada na terça atacando o PL das Fake News. A exclusão foi feita pouco depois do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicar decisão ordenando ação, sob pena de suspensão do aplicativo por 72 horas e multa de R$ 500 mil por hora.

Na terça-feira, 9, a empresa enviou uma notificação para seus usuários, dizendo que "o Brasil está prestes a aprovar uma lei que irá acabar com a liberdade de expressão" e estimulando os usuários a fazerem pressão com deputados para que impeçam o avanço do PL.

Em sua decisão, Moraes determinou ainda que a empresa envie nova mensagem aos usuários, dizendo que a mensagem anterior caracterizou "flagrante e ilícita desinformação". A empresa enviou a mensagem determinada pelo ministro em um dos seus canais.

O juiz determinou também que a Polícia Federal ouça os representantes do Telegram no Brasil.

Para o ministro, a ação da empresa "configura, em tese, não só abuso de poder econômico às vésperas da votação do Projeto de Lei, por tentar impactar de maneira ILEGAL e IMORAL a opinião pública e o voto dos parlamentares – mas também flagrante induzimento e instigação à manutenção de diversas condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais".

A atitude do Telegram não é isolada: na semana passada, Google, Spotify e Meta também foram acusadas de usar suas ferramentas digitais para convencer usuários de que o PL das Fake News seria uma forma de censura - e também receberam respostas do STF.

O PL em questão visa combater a desinformação e cria mecanismos de regulamentação das plataformas digitais, responsabilizando-as por crimes cometidos por usuários, entre outras coisas. Ele seria votado no dia 2 de maio na Câmara, mas a votação foi adiada por falta de votos para sua aprovação.

Diante desde cenário, a ministra Rosa Weber marcou a data da votação dos casos no STF que tratam do Marco Civil da internet. São casos em que os juízes deverão decidir sobre a responsabilização das plataformas digitais sobre atos dos usuários, além da obrigação de que concedam acesso a mensagens criptografadas enviadas por usuários.

Os quatro casos em questão impactam diretamente o artigo 19 do Marco Civil da Internet, que isenta as plataformas de responsabilidade por conteúdos de terceiros - com exceção de imagens de nudez não consentida.

Matéria atualizada em 10 de maio, às 15h25 com informação da ação da Telegram

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