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Covid-19 não é mais uma emergência de saúde de interesse internacional, diz OMS

Da redação de Headline, com AFP | Rio de Janeiro e Genebra, Suíça

A Organização Mundial da Saúde (OMS) retira seu nível mais alto de alerta sobre a pandemia de covid-19 na sexta-feira, 5, dizendo que agora está suficientemente sob controle

5 de mai. de 234 min de leitura
5 de mai. de 234 min de leitura

Depois de 1.191 dias, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou seu nível mais alto de alerta sobre a pandemia de covid-19 nesta sexta-feira, 5, dizendo que agora a doença está suficientemente sob controle. 

"É com muita esperança que declaro que a covid-19 não é mais uma emergência de saúde de interesse internacional", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.

No pronunciamento, ele afirmou que a pandemia fez "pelo menos 20 milhões" de mortos, quase três vezes mais do que os registros oficiais de sua organização. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatizou, nesta sexta-feira (5), que, embora a covid-19 não seja mais uma emergência sanitária mundial, a doença não desapareceu. Foto: Daniel Marenco/HDLN
A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatizou, nesta sexta-feira (5), que, embora a covid-19 não seja mais uma emergência sanitária mundial, a doença não desapareceu. Foto: Daniel Marenco/HDLN

"A pior coisa que um país pode fazer agora é usar esta notícia como um motivo para baixar a guarda, desmantelar os sistemas que construiu ou enviar a mensagem ao seu povo de que o covid-19 não é motivo de preocupação", acrescentou ele.

A fase de crise da pandemia "já passou, mas a covid não", alertou Maria Van Kerkhove, responsável pela luta contra a Covid-19 na OMS.

A pandemia hoje -

Se o número de mortes por covid registradas recentemente caiu 95% desde janeiro, 16.000 pessoas morreram por esta doença entre o final de março e o final de abril, de acordo com estatísticas da OMS.

No entanto, em muitos países, a pandemia passou para segundo plano. Os testes e a vigilância sanitária foram drasticamente reduzidos, apesar da OMS considerar essa estratégia prematura.

As vacinas, que apareceram em tempo recorde no final de 2020, continuam sendo eficazes contra as formas mais graves da doença, apesar das inúmeras mutações do vírus original.

As vacinas foram um sucesso científico inegável, em particular aquelas com RNA mensageiro implementadas pela primeira vez, embora inicialmente monopolizadas pelos países que podiam pagar um alto preço por elas, deixando os demais à mercê por meses.

Até 30 de abril, mais de 13,3 bilhões de doses de vacinas haviam sido administradas.

Os grupos "antivacina" também se mobilizaram massivamente e lançaram suspeitas sobre a vacinação em geral, apoiados por campanhas de desinformação nas redes sociais.

As desigualdades econômicas e o acesso aos cuidados de saúde ficaram brutalmente expostos. Longas filas de brasileiros com enormes cilindros de oxigênio para salvar um ente querido da asfixia, assim como pilhas de corpos à espera da incineração na Índia, marcaram esse período.

E apesar de a pandemia parecer coisa do passado em muitos países, ainda estão surgindo variantes que ameaçam reiniciar a máquina infernal.

"O vírus continua sofrendo mutações e ainda é capaz de provocar novas ondas de contaminação e morte", enfatizou recentemente o diretor da OMS.

Ele também chamou a atenção para os estragos da covid longa, que se traduz em uma ampla gama de sintomas que podem causar algum tipo de deficiência.

Segundo ele, uma em cada 10 infecções resulta em uma covid longa, o que sugere que centenas de milhões de pessoas podem precisar de cuidados a longo prazo, com um custo econômico e impacto psicológico ainda imprevisíveis.

Estratégias para evitar outra pandemia

O mundo agora está buscando a melhor maneira de evitar o próximo desastre sanitário, mas a comunidade internacional ainda não conseguiu determinar com certeza como este vírus sofreu mutações a ponto de ser transmitido entre humanos.

Se, em princípio, os primeiros casos foram detectados no final de 2019 em Wuhan, China, duas teorias colidem.

Uma afirma que a doença se espalhou a partir de um vazamento de um laboratório que estudava esses vírus, enquanto a outra sustenta que um animal intermediário infectado o transmitiu a pessoas que frequentavam um mercado local.

Esta última hipótese parece prevalecer na comunidade científica no momento, mas a obstrução das autoridades chinesas impede o avanço na investigação das origens.

Os países membros da OMS também começaram a discutir um acordo que evitaria uma próxima pandemia e a repetição de erros.

A pergunta agora não é se essa pandemia acontecerá, mas quando.

Conteúdo atualizado em 5 de maio, às 15h

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