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Alckmin: "É preciso consolidar o processo democrático, não trabalhar contra as instituições"

Candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-governador critica a proposta de ampliação do número de ministros do STF, e teme "venezuelização" do Brasil

Andrei Netto, da Headline
#ELEIÇÕES 202211 de out. de 223 min de leitura
O candidato a vice-presidência, Geraldo Alckmin, participa do encontro com empresários, acadêmicos e ex-presidentes do PSDB, em São Paulo. Foto: Daniel Marenco/HDLN
Andrei Netto, da Headline11 de out. de 223 min de leitura

A democracia brasileira está em risco, e a principal ameaça tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro (PL). O atual presidente, candidato à reeleição é, na visão de Geraldo Alckmin, uma ameaça concreta à estabilidade das instituições e ao desenvolvimento político e econômico do Brasil. As advertências foram feitas pelo ex-governador de São Paulo e atual candidato à vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista a Headline.

Segundo Alckmin, a estratégia de relançar a proposta de ampliação do número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), feita pelo atual vice-presidente da república, Hamilton Mourão – agora senador eleito pelo Rio Grande do Sul –, é um balão de ensaio de uma tentativa de desestabilização das instituições democráticas brasileiras.

O risco: a venezuelização do Brasil.

Alckmin saudou ainda a adesão de membros do movimento Derrubando Muros, na segunda-feira, incluindo membros históricos da cúpula de seu ex-partido, o PSDB.

A seguir, a síntese da entrevista.

Headline – O vice-presidente Hamilton Mourão, senador eleito pelo Rio Grande do Sul, voltou a defender a ampliação do número de ministros do STF, reavivando a proposta de Bolsonaro. O que essa proposta significa?

Geraldo Alckmin – É lamentável. Ao invés de consolidarmos a democracia, nós estamos colocando-a em risco com propostas casuísticas. O caminho é o contrário: é preciso consolidar o processo democrático, não trabalhar contra as instituições. As pessoas passam, as instituições ficam. As instituições são o que faz diferença entre uma nação que vai melhor do que a outra. Temos de fortalecê-las, fortalecer a democracia, que está em risco, com uma grande agenda de eficiência econômica e competitividade, com uma rede de proteção social. Elas não são antagônicas, são sinérgicas. Crescimento inclusivo, não deixar ninguém para trás. Crescimento com estabilidade, sem inflação. E crescimento com sustentabilidade, preservando o meio ambiente.

Headline – Essa brecha que a campanha de Bolsonaro deu é um ângulo de ataque da campanha do presidente Lula, ou é um discurso que gera engajamento de seu eleitorado e o fortalece?

Geraldo Alckmin – Tudo o que é casuístico e é incorreto não pode fortalecer. Não pode. Eu aprendi que a mentira e a enganação são grandes erros. Subestimar a inteligência das pessoas nunca vence.

Headline – A chapa Lula-Alckmin recebeu o apoio de economistas, intelectuais e ex-presidentes do PSDB. Essa é a peça que faltava na frente anti-Bolsonaro?

Geraldo Alckmin – É extremamente importante porque são pessoas que não são do PT, que tiveram certamente no primeiro turno outra opção e que vieram trazer no segundo turno o seu apoio. São democratas. E só os democratas podem salvar a democracia. Economistas do Plano Real – Pérsio Arida, Armínio Fraga, André Lara Resende, Edmar Bacha, Pedro Malan, Andrea Calabi –, grandes economistas, ex-ministros do governo Fernando Henrique, o próprio Fernando Henrique... Todos os ex-presidente, ou quase todos, do PSDB – José Serra, José Aníbal, Tasso Jereissati, Teotônio Vilela, Pimenta da Veiga –, sociedade civil organizada. Então a gente fica muito feliz.

Headline – O senhor vê algum risco de venezuelização do Brasil?

Geraldo Alckmin – O general Chávez era de direita. Depois que ele virou.

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