Cultura#CINEMA
Doze canais de streaming para ver filmes brasileiros e independentes
Conheça canais de vídeo com catálogo fora do óbvio, incluindo audiovisual indígena, filmes não comerciais e obras raras do cinema nacional
Gaía Passarelli, de Headline | São Paulo
O mercado de streaming está tão cheio de plataformas com catálogos enormes de filmes parecidos entre si que parece difícil escolher o que ver numa noite qualquer. Ao mesmo tempo, muitas vezes sofremos para encontrar um filme brasileiro ou um internacional superpremiado nos festivais alternativos.
O que muita gente não sabe é que existem muitas alternativas aos serviços mais óbvios, com seleções criadas por seres humanos (no lugar de algoritmos) e divididos em categorias como festivais de cinema, escolas ou diretores célebres - e com várias opções do cinema brasileiro.
Na lista abaixo, conheça doze desses canais, incluindo serviços gratuitos.
Ligado à tradicional distribuidora Pandora Filmes e ao mais antigo cinema de rua de São Paulo, o Belas Artes tem foco na curadoria especializada, com seleções específicas de diretores e festivais. Há um extenso catálogo de filmes brasileiros, incluindo o clássico de Eduardo Coutinho "Cabra Marcado Para Morrer", que começou a ser rodado em 1964 e, interrompido pela ditadura militar, só foi concluído na década de 1980.
Criada pela startup baiana Mãos Tagarelas, a HandsPlay é uma plataforma pensada para pessoas surdas, lançada em 14 de março. Os cerca de 40 filmes disponíveis até agora tem intérpretes de libras para cada personagem. A plataforma promete mais 90 produções traduzidas nos próximos meses.
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Criado em 1986 pelo indigenista e documentarista Vincent Carelli, o projeto Vídeo nas Aldeias busca fortalecer identidades, patrimônios culturais e territoriais dos povos indígenas. No catálogo, disponível no Youtube, há depoimentos, animações, curtas inspirados em lendas de diferentes povos, e filmes completos.
Gratuita, a plataforma traz produções independentes brasileiras, incluindo documentários, filmes premiados em festivais internacionais, filmes infantis e obras raras, como a adaptação de Leon Hirszman para "São Bernardo" de Graciliano Ramos, com trilha sonora do Caetano Veloso.
O festival brasileiro de documentários musicais, que esse ano acontece em junho, também é uma plataforma com catálogo dividido por estilos musicais. Há documentários brasileiros sobre punk rock, samba, cariri ou a cena musical de Petrópolis. Os filmes são sob demanda, com venda em pacotes de cinco, dez ou vinte filmes.
SpCine Play
A plataforma da agência paulistana de audiovisual é ligada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e foi o primeiro streaming público do Brasil. É gratuito, funciona no celular e traz lançamentos do cinema brasileiro, documentários independentes e obras consagradas como "Carandiru", de Héctor Babenco.
Canal de streaming da distribuidora do mesmo nome, a Filmicca tem seleção de filmes autorais e independentes de mais de 50 países, divididos em categorias como "Narrativas Negras" e "Cinema LGBTQIA+". Funciona a partir de aplicativo (IOS/Android).
Com o mote "cinema fora do óbvio", a FilmeFilme reúne os filmes mais premiados e elogiados em festivais de cinema. O pagamento é anual, e o catálogo está sempre mudando para "não criar sobrecarga de opções". Destaque atual, o documentário "Sementes: Mulheres Pretas no Poder" acompanha as candidaturas de mulheres negras em todo o Brasil após o assassinato de Marielle Franco.
Distribuidora independente com mais de dez anos no audiovisual brasileiro, a Vitrine mantém disponíveis alguns filmes do catálogo, com foco em produções brasileiras, como o belo "Girimunho", de 2012.
Disponível dentro da GloboPlay, tem programação sob demanda que vai de documentários sobre grandes nomes da música brasileira a documentários independentes. É o melhor canal para encontrar blockbusters nacionais, a começar pelas produções da GloboFilmes, e também filmes de destaque do cinema brasileiro.
Projeto do grupo Canal Curta, o Tamanduá tem séries e filmes de ficção ou documentais, divididos em temas como povos indígenas ou história do jazz. É possível assinar um pacote ou pagar pelo aluguel individual de uma obra. No catálogo há filmes raros, como "No Intenso Agora", de João Moreira Salles, em que imagens caseiras captadas na China em 1966 se unem a outras da França, Tcheco-Eslováquia e Brasil do mesmo período.
Talvez a mais antiga plataforma para filmes independentes e autorais, a Mubi está presente em vários países e atua junto a distribuidoras locais - no Brasil, por exemplo, com a O2 e festivais de cinema.
